O tempo sempre passa. O tempo não para, mas eu paro e não sei mais se passo com o tempo. Ideia tão abstrata, matemática, divina. Doce tempo amago, tão ambiquo. Passamos tanto tempo receando os erros, e não nos damos conta do erro que é nos permitir isso. Já perdi até a conta, de quantas vezes o tempo teve a coragem de me golpear covardemente. Acelerando-se nos momentos mais alegres e retardando-se nos mais infelizes. É o tempo um remédio, ou é o mesmo um veneno...
Maldito o relógio que nada me conta. Vem, passa, acelera ou retarda, mexe com tudo o que posso lembrar, fixa ou leva. Esqueço muito de tudo no fundo de si. Tudo em meu tempo, ou mero tempo...
Com ele aprendi a deixar de pensar em ganhar tempo, ou lutar por um passa tempo. Aprendi um pouquinho da parte interessante de brincar com ele levando-o a sério. O segredo não estar em ganha-lo, mas se revela a quem sabe usa-lo. Não como o relógio que marca e controla, mas quem sabe, como a ampulheta, que o deixa fluir. Simples pros que pensam no tempo olhando os ponteiros passarem.
Autor: Fellype Alves de Abreu.