
Saímos cada qual de suas casas, que são totalmente diferentes em lugares e formas, justamente em horas diferentes. Duas desconhecidas pessoas distintas em algum lugar da cidade, passeando por passear, sozinhos. Por motivos diferentes estávamos lá, numa festa qualquer querendo achar alguém para conversar, desabafar, namorar/ficar, apenas alguém. De repente numa faísca inteligível de nossos olhos, o piscar de nossas pálpebras talvez tenha nos chamado a atenção um do outro. Duas pessoas diferentes, que pensavam, agiam, lutavam, que se faziam em tudo de maneira diferente. Num beijo que guardou a explosão ardente e mais diferente de suas vidas, um selar de almas eminente identificara-se um como do outro a parte quente. Guardaram então esta força proeminente, aquele sentir inerente, que talvez ainda hoje aqueles dois sentem no fúnebre e antigo frio de seus caixões.
Autor: Fellype Alves de Abreu