Carta de um antigo amante

Minha deusa selvagem oculta em seu anátema rosa, vermelho, e outras cores mais divinas. Dúbia dama que vive seu presente revelando sem receio algum seu passado aos quatro ventos, sem temer a perca de seus segredos aos pecados mortais em que tanto aconchega-se. Encontro-me sempre réprobo por amar-te com a mais terna certeza que não serei mais correspondido como antes. Vivendo meus inexequíveis sonhos, deliro. Naqueles sonhos que um dia vivemos juntos, quando eramos inerentes, em que nos perdermo-nos no âmago um do outro, no sentimento pernicioso cabalmente prazeroso. Porque não aceitas-te novamente o mais tênue pedido de um amante purista? Seria demais pedir para ser novamente correspondido? Amado? Não posso dizer que não ligo por não me amar mais do que como a amo, mas saiba que mesmo tendo em mente de que meus dias podem finalizarem sem ao menos mais uma vez toca-la como meus mais profundos sonhos que se materializam-se em minha subconsciência, eu a amo, ainda que se esconda a traz deste muro pungente e inabalável. Aceitando isso tento sobreviver a esta inercia. Mesmo sobre “toda estoria” que vivemos, nunca se atreva a se esquecer de mim, pois tentei imortalizar-me nesta folha de papel, justamente com o proposito de me tornar uma doce lembrança. A lembrança de um amante, um amor irrefutável em seu coração amargurado. Saiba que para mim você será sempre o meu “alguém”. Ainda que não perdoe-me pelo o que ainda não sei no que errei, te amo. De eterno amante a uma mera lembrança me despeço.

Autor: Fellype Alves de Abreu
event quinta-feira, 11 de agosto de 2011
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