Estava eu ali despretensiosamente largado
completamente desacreditado
Em minha vãs pregações, não valia a pena amar.
Sentimentos falsos, cheios de ludibriações e enganar.
E ainda sim, sempre amei.
Não queria reconhecer quantas vezes me enganei.
Quantas vezes também ludibriei.
Ou com quantos amores eu não soube amar. Mas amei.
Trucidei lembranças com esquematizações lógicas em vão
Fui leviano viabilizando um punhado de razão sem razão
Quando agora reconheço que não há razão em amar.
Não há razão no toque, e no cheiro gostoso de suor ao ar.
Também reconheço meu fracasso frente ao embate.
Sou o pior na desgraça do não amar.
Pois requer um fino gosto de não sentir, e amo gozar.
Preciso de amor mais que de agua ou ar,
preciso de conexão, cumplicidade e de reciproco olhar.
Preciso de raciocinios, criatividade e sinastria complementar.
Preciso de tato, ardencia, deleite, furor e palpitar.
Se do viver, subtrairmos o amar. O que realmente nos resta?
Fellype Alves de Abreu