Aparências



Muito fel em tão pouco mel.
Bonecos, tão empacotados
Assisto eu a tantos rótulos falsos
Identidade? Somente papel.

Que paspalhice sem sabor,
Quantas palavras sem raciocinamento,
Uma coleção sociável de pudor
Tenho nojo desse arranjo pronto.

Cultivo na minha voz nervosa os teus infartos.
E de quebra os meus mais leves desabafos.
Minha boca de verdades nuas-e-cruas
Superam tuas mentiras embaladas, fritos trapos.

Teu olhar esnobe, teu ar de dono do mundo
Exibem um mimado bobo imaturo.
O atestado de um pobre-rico-fudido.
Ao tentar voar, encarar um duro muro.

Tua cabeça ingênua capitalista de duas bandeiras
não consegue ter credito moral nenhum comigo
Minha sinceridade gratuita pode chocar teus discipulos,
só não chocam os raios as virtudes pelas quais eu brigo.
Fellype Alves de Abreu


event quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
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