Pardon

Perdoa-me, por cada obsessão que nunca finda
Perdoa-me por cada descontrolada mania
Perdoa-me pelo meu exagerado vicio de tudo reflexionar
Que eu te perdoo-o por tão deliciosamente me amar.

Perdoa-me por cada futura lembrança esquecida
Perdoa-me por cada dentada, cada mordida
Perdoa-me por eu não saber na tua frente dançar
Que eu te perdoo-o por tão inocentemente saber me enfeitiçar.

Perdoa-me pelas minhas tantas desleixadas falhas banais
Perdoa-me por não ser o mais sensato ser centrado nos mundos reais
Perdoa meu desfocado desencaixe social
Que eu te perdoo-o por tomar como ninguém minha elétrica libido natural.

Eu te perdoo-o pelo doce atrevimento dos traços de nossas hachuras
De querer compartilhar da tua as somas de nossas loucuras
Perdoo-o esse lindo pesar do teu traço marcado no meu, envoltos em amassados lençóis
Em sombra, em luz, em perspectivas barulhentas de uma psico abstrata desse ser uníssono
que é sermos nós.
Perdoo-me por não haver perdão
Te perdoo-o,
Perdoo-o por não termos o que perdoar de nossa horrorosa culpa nesse show...
Pois não somos mais que apenas seres estrelados, somos seres culpados por nosso amor.

Fellype Alves de Abreu
event sábado, 14 de março de 2015
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