Carta 82

     Não é sempre que pude optar pela realidade, mas agora, te tendo na minha realidade, não vejo opção melhor e mais completa e prazerosa. Não quero dizer que abandonei meus sonhos, porque os tenho e você também está lá. Minha memória deficiente não guarda sonhos, uma triste verdade. Te lembro porem, que em todos eles você se faz presente em imagem fielmente perfeita, dessa vez, não por opção, mas por via única de sentido, desejo e descontrole de pensamento. Sem medo algum digo que você não é uma aposta pra que eu possa ainda ganhar algo. É sem medo de estar errado que te digo que você é a maior certeza que me engrandece o bater do peito em todas partículas de segundo em todos os meus dias.

     Também partilho contigo minha ausência de medos. Porque quando você tiver algum, e eu do teu lado estiver, como quero obviamente sempre estar, quero ser capaz de exorcizar da tua frente, da tua mente, qualquer mal. Quero ser capaz de te enxugar qualquer lagrima, de expulsar qualquer fadiga tua. Quero ser capaz de poder ao menos aliviar os inevitáveis sofrimentos que a vida nos dá, seja a dor física ou não. Quero ser a primeira pessoa citada pela tua mente quando eu poder te amparar. Quero que confie em mim para que possamos "sempre remar"...

     Confiança é algo que eu acho até complicado de dar. Eu mesmo sou desconfiado, paranóico, desacreditado em demasia pra simplificar. Apesar dos meus bobos ciumes, que guardo a sete chaves e que morrem secretamente sufocados num canto escuro qualquer do meu ego, quero que saiba também, dentre tantos detalhes da minha alma, que é você quem mais confio e acredito. Nunca te pedi mais que teu sentimento verdadeiro, e daí só pode surgir verdades que me metralham com balas rápidas blindadas a calor e luz. É daí que extraio meu elixir alquímico, de onde faço todo meu ouro, de onde me sinto eterno e infinito.
Fellype Alves de Abreu
event domingo, 28 de julho de 2013
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