Meu Livro (Leia-Me) - Capitulo 5


Chegada...

Quando dou por mim mesmo, percebo que já tenho desmaiado de novo, talvez de tanto apanhar e agora que me acordo, me encontro em queda livre em algum lugar. Agora a adrenalina do meu corpo sobe como nunca antes estivera, agora ganho meus movimentos de volta e me mexo como um louco desesperado, mas do que adianta mexer-me se o impacto da queda me matasse? Derrepente consigo ver o fundo daquilo em que caia e em milésimos de segundos me deparo com o chão, num estrondoso impacto, levantei uma enorme nuvem de poeira e fiz uma enorme cratera naquele solo. Apesar da força com que me encontrei naquele solo, eu não me machuquei mais do que com "os exorcistas", até pareci ser feito de aço, ou outra coisa do tipo.

Quando pude me levantar tentei pensar em algum jeito de sair daquele buraco onde entrei, lá eu só pude ver uma escada que levava para algum lugar ainda mais fundo em espiral, parecia não ter fim, mas como não tinha outra saída mesmo, desci para ver o que tinha ao final daquela escada, talvez uma saída, eu ainda tinha esperança de sair daquele buraco vivo.

O corpo voltara a ser meu, mas ainda demorei um pouco para me readaptar aos movimentos que tinha, estava muito atrapalhado, tropecei bastante e até cai algumas vezes pela escada, mas como não era tão inclinada eu parava de rolar, me erguia e continuava novamente. A fome não passava de um detalhe, eu sabia que ali eu não encontraria nem mesmo um prato das comidas que mais detestava, então nem me iludia com o desejo de comer que tinha. Eu me encontrava num estado deprimente. Em minha roupa hospitalar rasgada havia inúmeras feridas que me cobriam o corpo e uma enorme quantidade de poeira me escondia no escuro perdido desta escada que ainda eu não vira o fim, ou mesmo uma luz mais forte. Quanto mais descia, mais escuro ficava e mais facilmente conseguia ver o meu fim refletido neste escuro horizonte que cada degrau me dava.

O que teria no fim desta escada? Eu torcia que não fosse somente uma parede ou mesmo um abismo. Eu estava seguindo um caminho no qual definiria meu futuro, nada de escola ou trabalho, mas se eu continuaria vivo. Já não sei se vale a pena lutar pelo resto de vida que tenho, e eu não vejo outra opção além da de continuar nessa imensidão obscura.

Enquanto vencia meus óbices, principalmente esta enorme escada, até agora sem fim, pensei como meu pai estaria louco, com a morte de minha mãe na mente e hiper-preocupado por ter  deixado o hospital ter me perdido, já pensando num processo contra o hospital por terem me "perdido" como se fosse resolver algo, pensei também se aqueles caras que me exorcizaram eram do "tipo mocinhos ou vilões", e como uma simples festa teria este resultado entre tantas coisas. Tudo isso não mais me importava só queria mesmo saber se eu podia alimentar minha esperança, já que ali era a única coisa ainda viva que podia se alimentar. Após umas horas muito exaustivas não sabia nem se o que eu pensava fazia algum sentido, orava para que tudo não se passasse de um pesadelo demorado e realista daqueles que a gente se acorda assustado, mesmo tendo a maior certeza de que não era bem assim.

... (Continua)

Autor: Fellype Alves de Abreu

event terça-feira, 6 de novembro de 2012
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