Vish, mais uma vez amar... O amor de instantes, e o iludido amor da vida inteira. Amar sem dó, sem medo de se perder, porque todos que de fato mergulham nesse sentimento também, se perdem como eu facilmente me perco, porque os sentimentos não tem uma direção que não seja em rumo a pessoa amada. Quantas pessoas amamos... Quantas direções... Amar não é pecado. Amar o outro, amar o mundo. O segredo não tá em procurar o amor, mas deixar-se amar pelo todo. Sem remorso se durar muito pouco, sem obrigação de nada cobrar. Me refiro só ao amar. Amar o outro sem culpa, sem desespero, e como alguns preferem, até sem compromisso.
Amor sem preconceito, porque só se enxerga a perfeição defeituosa do par, sem ligar, sem se importar, por aceitar que é ele que lhe completa no momento ou na vida inteira, lhe entende, com que conversa tantas banalidades e verdades. "sua cara metade"... Uns se prendem, outros escravizam... Ser livre em comunhão com os amores da vida é o que basta. Ser feliz é isso pra mim.
Amor sem objetivo definido, porque o amor não para, não se põe em inercia, tudo renova e ele sempre novamente nascerá sem querer morrer. É avido de fé, de desejos, de malicias e de carinho. É o fruto que consome quem o come. É desse gosto que se sente o mundo por outros olhos, só mais um dos olhos... Sem falsos moralismos, ele por ele mesmo. Por isso.
O amor é a vertente do ser que o liga a qualquer divindade, a qualquer verdade - ilusória ou não - que o eleva e o desdenha, o refaz e desconcerta. Põe sentido ao movimento do tempo, ao "seguir em frente"...
Seja corpo-a-corpo, virtual, ou por romanticas cartas... Toda forma de amar é apenas um paragrafo da perigosa constituição de viver. Porque um ser que não ama, não soube ainda o que é quer viver.
Fellype Alves de Abreu